Emagrecer com Saúde e Prazer

Lá em casa sempre foi assim, uma vez por mês, aos domingos, era dia de almoço especial. Minha mãe preparava um belo e variado cardápio... Durante o período da manhã, enquanto brincava no quintal, mergulhada no meu mundo imaginário, me via invadida por aquele aroma que atingia, profundamente, meu desejo pela chegada da hora do almoço. Era uma delícia, aquele cheiro! Temperos, azeites, molhos... tudo acompanhado pela linda voz de minha mãe que cantarolava enquanto cozinhava.

Era uma manhã de muito prazer, tanto para ela quanto para mim. Enquanto as lembranças vão chegando, sinto neste exato momento, aquele aroma de forma tão avassaladora que me pego olhando para trás com a impressão forte de que verei, hoje, aquela cozinha movimentada a preparar o almoço dos amigos. É bom lembrar que meus pais tinham amigos de verdade, que mereciam cada ingrediente servido.
Emagrecer com Saúde e Prazer

De repente ressoa o chamado... escuto meu nome... é hora do banho. Não reclamo por interromper meu mundo imaginário. A brincadeira pode esperar. Me arrumo toda cheirosa e me ponho a esperar por cada um que está para chegar. Passo pela cozinha na esperança de receber um elogio.

E ele vem carregado de espontaneidade. Minha mãe me acha linda e meu pai me cobre de galanteios. Como prêmio, uma bela e deliciosa empada de camarão. Sou convidada, gentilmente, a me retirar do recinto. A hora está passando e ainda faltam alguns preparativos.

Desviada pelo som da buzina que vem lá de fora, o coração bate mais rápido, pois sei quem está chegando... a alegria se espalha no ar. Um a um, chegam todos. Tia Maristela, como sempre, trazendo sua especialidade em tamanho gigante. Só quem come é que sabe... aquela torta de nozes é insuperável.

Inesquecíveis momentos, aqueles que vivíamos em torno da mesa de domingo. Era um verdadeiro festival de prazer regado à boas conversas, onde todos eram incluídos. Nem mesmo o convidado mais jovem, com apenas seis meses de idade, ficava de fora. Apesar do tom de festividade, a realidade da vida não escapava, assumindo sua cadeira cativa. Isso é que me parecia o valor real do prazer que desfrutávamos.

O desprazer, diferente do que muitos pensam, amorosamente, também era acolhido. Como toda reunião entre amigos, conflitos faziam parte do nosso cardápio de convivência. Eles não eram evitados, pelo contrário, aproveitava-se o momento para buscar melhor direcionamento às diferenças que emergiam.

Quando um de nós exagerava na forma de lidar com a questão, entrava em cena a função apaziguadora de tio Gaspar e a função intermediária de tia Joana. Era uma briga boa, capaz de transcender o conflito e ensinar a quem assistia. Aprendíamos como evitar o acúmulo de material de vida embaixo do tapete.

Em situações em que alguém, por dificuldade de enfrentamento, tentava esconder seu próprio material de vida embaixo do tapete, surgia a palavra adequada sinalizando terreno fértil para superar a situação. Algumas vezes a transformação era interrompida abruptamente, mas tínhamos confiança que se não fosse naquele domingo, seria no próximo. A travessia, mais cedo ou mais tarde, acontecia. Tudo regado a boa bebida e a boa comida.

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